RHAM-TOTH

RHAM-TOTH

Essa insólita história começa

Nos primórdios da civilização

Onde tudo era grande mistério

Que nossa curiosidade atravessa

Pelos antigos tempos perdidos

Uma longa saga de redenção

Iniciada com o grande expurgo

Do planeta chamado Capela

Espíritos muitos foram trazidos

Por conta de sua perversão

Dos desígnios de Deus

Daí atrasando um passo

Na dura prova da expiação

Vieram como uma raça

Bastante evoluída

Mas aqui na terra confinados

Por uma vida mal cumprida.

Mesmo assim foram eles

O berço da civilização

Eram os grandes atlantes

Altivos e muito belos

Que assim como na construção

De um grande edifício

Tornaram-se as fundações

Deste sagrado elo

Existia entre eles

Um eminente sacerdote

Rham-Toth era o seu nome

E era aluno de outros grandes

Era uma esperança de cunho

Trazia nos decretos sacerdotais

A suavidade e legitimidade

Das leis, escritas e trabalhadas.

Com justiça em punho.

Ele convivia em relativa harmonia

Com sua vida e sua filosofia

Ao lado de sua bela amada

Que era seu braço mais forte

Ele era a chama

Ela era o archote...

********************

Eram tempos honestos

Limpos e precavidos

Pois todos sabiam

Sobre sua herança

Seu exílio neste plano

Mas para alguns

O saber era pouco

Era preciso mais

Usar ao seu favor

Ritos e forças descontroladas

Que traziam na lembrança

Daí em todos começou

O primeiro traço de sombra

A confiança no grande Deus

Em alguns corações desabou*

Diferenças e disputas internas

Sobre valores da comunidade

Sobre os sofrimentos e agruras

Apenas fachadas do mal

Em detrimento das leis eternas

As desavenças começaram

Alguns idealistas

Alguns protestantes

Mas todos insatisfeitos

As regras naturais das leis

Conscientemente manipularam

Trazendo o que para muitos

Parecia grande justiça

Mas com princípios degradantes

Nos primeiros anos todos sorriam

Ignorando o grande erro

Todos tinham sua vez

O uso do poder era tal

Que a natureza modificada

Demonstrava aos poucos

O viria a ser um retorno

Um futuro atemorizante...

**************************

Detectaram as anomalias

Mas ignoravam as causas

Eram extremamente poderosos

“As fendas”,pensavam eles

Eram pequenas,de fácil corrigenda

Algo começava á faltar

Todos se reuniam

Faziam suas manipulações

“O que mais não recuperar?”

Mas coração é também pérfido

Das ultimas décadas

Fizeram a grande injuria

Renegaram e debocharam do criador

Pois eram “Deuses” aqui na terra

Começaram á cair a ultimas pétalas

Iniciou-se a grande dor

Doenças desconhecidas apareceram

Muitas sem cura

Todos estavam revoltados

Iniciou uma guerra civil

Pela luta do errôneo poder

Muitos faleceram

Tamanha concentração

De energia mal direcionada

Começaram os abalos

Na outrora bela terra

Pelos séculos, castigada

Não mais havia tempo

Todos iriam desaparecer

Houve quem se arrependesse

Mas como mudar o inevitável?

Como voltar-se á Deus assim?

Lava pelas ruas e montanhas

Não havia fim para o sofrimento

De repente, o RIMBOMBO

Rham-Toth foi tragado

Já havia perdido o seu amor

Adoecida,ainda jovem faleceu

Jurou vingança contra Deus

Em corpo crivado de ódio

Consumido em chamas

Daquela terra veio a desaparecer...

A força da crosta se vez imponente

A ilha toda era imenso vulcão

Com imensa explosão

Trazendo cinzas para o resto do mundo

A majestosa e agora lendária

A grande Atlântida teve fim...

******************************.

Dizem os registros eternos

Que o orgulhoso Rham-toth

Nasceu em outro corpo

Nas novas terras egípcias

De novo sentido de vida

Era filho de sacerdotes

Reaprendeu a língua do povo

O orgulho, ainda grande

Rapidamente quis subverter

Os jovens sentimentos

Trazer queda de novo

Mas seus planos foram burlados

Numa tentativa de revolta

Foi aprisionado

Tentando trazer os ritos proibidos

Traiu outros mais

Depois de morto

Nas trevas aprisionado

Depois séculos voltou

Num corpo bruto confinado

Pelos templários lutou

E pela primeira vez

Nessa sua sofrida lida

Algo por dentro mudou

Começava á sentir

Que perdeu algo na vida

Que lhe fez tão bem

Mas lá não se encontrava

Uma verdade foi asseverada

Sua amada não estava lá

Uma agonia o incomodava

Mas sem o seu saber

Entendia como frustrações

Dos seus mandos e desmandos

Seus grandes combates Seu

karma era muito pesado

Por isso,muito lutava

Não faleceu como mártir

Idoso, morreu falido e mutilado

Sete séculos se passaram

Voltou na altiva Inglaterra

Filho de grande fidalgo

Homem de cultura

Mas ainda á procura

Das antigas ciências

Não deu grande contribuição

Apesar de caráter magnético

Enveredou-se no mundo da luxúria

Usou e abusou dos amores

Mas no invisível

Muitos eram os que o perseguiam

Muitos eram seus credores

Mais uma vez teve triste morte

Com doenças que quase o aleijaram

Moribundo e doentio ele foi

Para o mundo dos terríveis temores...

***********************************

Sua altiva amada

No fim do velho continente

Não teve tão triste fim

Tinha sido dedicada

Ao marido distorcido

Era grande mãe e cidadã

Acreditava no futuro

E sabia que sua fé

Sua conduta não era vã

Nasceu poucos séculos

Em belas terras nórdicas

Onde antes foi Bélgica

Numa terra ainda nova

Onde sua eficiência moral

Foi colocada ás provas

Lutou por unificação

Mesmo com tantas diferenças

Povos revoltados de vida

Mas em vida contribuiu

Para o começo da cultura

Da jovem bela nação

Também sentia um vazio

Algo havia acontecido

Não conseguia explicar

Uma lacuna á ser preenchida

Um segredo á desvendar

************************

Em seus exercícios místicos

Viu uma sombra agonizante

Uma sombra que a perseguia

Era um ser que a sentia de longe

Para longe da luz

Á queria distante

Achava ela o havia traído

“És minha traidora”,dizia

Embora fosse bela e bondosa

A sombra não a poupava.

Livre ”dele” jamais seria

Mas ela era todo Amor

E jamais a machucava

Lances de luz ela o dava

E quanto mais ela o mostrava

Mais do bom caminho ele fugia.

Desencarnou em paz

Seu nome é desconhecido

Mas aquele povo

Muito lhe era grato

Foi bela dama

Forte e lutadora

Que deixou atos de valor

E lá como áureo espírito

Descobriu que aquela sombra

Não foi difícil reconhecer

Na qual não se livrava

Era tudo o que restou

Do seu (outrora) marido.

Reconhecendo largo tempo

E desceu seu olhar ás trevas

Seu coração era maior

Sabia que não o havia perdido

Rogou aos mestres cósmicos

Para o infinito amor

Que não o deixasse se perder

E veio a grande resposta

Sábia como ninguém havia falado

Que ele teria muitas chances

Que seu amor, ela iria reaver...

*******************************

Vieram as grandes provas

Como sacerdote egípcio

E mesmo com tantas quedas

Com tanta maldade

Ele começou á aprender

O valor de uma amizade

Salvou a vida de um serviçal

Que o serviria ate ser punido.

Como guerreiro medieval

Aprendeu o gosto do suor

Da digna obediência

E o hábito de servir

Na sua velhice

Foi tratado pelo mesmo servo

Da outra existência.

Das mulheres que usou

Na sua vida de fidalgo

Teve lapso do que é amor

Corajoso na doença

A cortesã foi sua aliada

Ate no fim dos seus dias

Junto ao seu tutor

Fadadas á doenças terríveis

Eles foram suas fieis companhias

*********************************

Dizem os registros eternos

Que Rham-Toth

Esta reencarnado entre nós

Em outra travessia de portal

Desde os dez anos

Tem visões de sua amada

Em declaração jurada

Falou que nunca o abandonaria

Tornou-se sua mentora

Quando pensou que estava esquecido

Lá na escuridão era acompanhado

Por dois guardiões Anúbis

Era protegido

Ele espera o reencontro

Nas mansões da luz

Com sua querida imortal

Hoje ele é melhor

Dizem que ele

É um humilde Espírita e Rosacruz

Viveu muitas vidas de dor

Mas nada foi em vão

Voltara para seus entes queridos

E para o ser que mais ama

...Seu grande Amor...

Aluísio Bórden
Enviado por Aluísio Bórden em 24/05/2008
Código do texto: T1003167
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.