Indecifrável alma

Estenda-me as mãos

Nas horas de aflição

Sirva-me de corrimão

Então subirei para claridade

Na minha consciente vontade

A claridade (irmã) da escura insanidade

Asa negra e branca...

Não me tragam como resposta: a ilusão

Esse mundo humano...

É minha maior estranheza, na visão

Uma nata deslocada na humana mansidão!

Não se engane, pois não se trata de ilusão ou desilusão

Tudo nesse planeta me é estranho

O que me traz sempre péssima sensação

O verdadeiro sentido para mim

Para alguns, talvez, um castigo.

Para mim, o presente mais bem-vindo.

Esse planeta não serve para mim!

Mas, eu sempre serei dele, fora de mim

Nas missões, que carrego, sem fim

Servir com amor e paciência, até o fim!

Intragável chão da humanidade

Vale a pena descer, para se fazer o bem

E aquilo que fazemos, de coração, e muito bem

Mas, voltamos sempre, para o impalpável estado

Esse, nos torna realizado e sossegado

Seguros e protegidos!

Deixar as coisas nos seus devidos lugares

Aqui mora o senso das grandes verdades

Não tente julgar, nem repreender...

Por seu juízo pessoal e humanitário....

Desmantelar sentidos tão personalíssimos

Vontades antigas imutáveis tão indivisíveis

Na humanidade, completamente, invisíveis!

Sinta a impenetrável alma, tão simples!

Enxergue a verdade como os olhos e coração!

Ela é assim desde que nasceu...apenas assim

Aceite-a, assim!

Continuando; cuidando e zelando...

Mas, dentro dela, nada alterando

Porque ela será assim, na alma, até o fim!

E no final sei que podemos alcançar os céus

Mesmo sem voar, mas pelo simples fato...

De muito amor e cuidados, doar!

Porque essa única asa, ninguém vai me tirar...

A asa do amor!

(lótus negra – pseudônimo)