ao sorriso da atleta em queda, em pleno ar
 

o meu corpo

que é pedra

quer planar

ultrapassar sarrafos

como Yelena Isinbayeva

pelo ar

 

eu preciso lapidar

em cada novo sentido

em cada momento que vivo

sublimar

transformar o sólido

em gasoso

nascer de novo

e mudar a dor

no prazer do que é gostoso

no amar

 

o meu corpo

que é fogo

quer queimar

 

o meu corpo

que é pedra, triturar

virar poeira

para que o vento o leve

flutuar

(foto: Dylan Martinez / Reuters)