ARENA

ARENA

Quantas controvérsias existem em ser humano

Tão nebuloso quanto o palco que abriga meras ilusões

Ser contraditório

Doce e cruel ao mesmo tempo

Felicita-se ao sorrir de uma criança

Delicia-se ao triste espetáculo de uma tourada

Melhor ser touro

Com toda sua fúria e altivez

Pronto para o combate

Mesmo ferido, custa a tombar

Diante de uma arena à espera de qualquer resultado

Platéia febril e delirante frente ao sofrimento

E no padecer de suas feridas,

o golpe final

Quem dera assim fosse,

um só golpe

mortal e certeiro

Impõe um fim à dor

Metáfora perfeita aos ditos “humanos”

Nos sangram lentamente,

sem compreender o quanto doem as feridas

Profanam a razão

Sombreando a própria covardia

Desferem o último golpe

E ao cair do rubro pano,

fogem, sorrateiramente,

sentindo-se vitoriosos

Senhores de si

Sem piedade ou escolha ao derrotado

Pobres figuras

Insanas e patéticas

Dignas de compaixão

A mesma que nunca souberam existir.

(Leila Soares)

Leila Souza Soares
Enviado por Leila Souza Soares em 25/08/2008
Código do texto: T1145959
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