Inferno

Nas frias manhãs do inverno astral,

Tudo ao redor parece vazio e triste

O elo da vida parece frágil demais.

Nas frias manhãs do inverno astral,

a vida se resume em apenas estar.

Passar com as folhas ao vento.

Caminhar no tempo.

Carregar no peito uma pedra de gelo

desejo não muito ardente

de partir para novas plagas.

Nas frias manhãs do inverno astral,

o elo da vida parece frágil demais...

Curvar-se, encolher-se, eis o que resta.

O latido de um cão ao longe

janelas fechadas,

neblina, sob um céu cor-de-cinza.

Desejo não muito ardente

de conservar a sanidade mental.

No inverno astral,

Mens sana in corpore sano

Mens sana in corpore sano.

Uma pedra de gelo no peito

e a cabeça repetindo:

Mens sana in corpore sano

Mens sana in corpore sano.

Os pés frios, as mãos frias.

O corpo encolhido.

O calor, a vida, as auras coloridas.

Tudo engolido, nas frias manhãs

do inverno astral

Regina Martins Vita
Enviado por Regina Martins Vita em 16/04/2005
Reeditado em 14/08/2008
Código do texto: T11621
Classificação de conteúdo: seguro