ESQUECENDO IMMANUEL KANT.
ESQUECENDO IMMANUEL KANT.
“Sobre mim o céu estrelado”,
Em mim a lei e a moral.
Esqueci-o, na pressa de lê-lo...
Procurando-o e tal entende-lo.
Procurei-o por lados esquivos.
Lá no banco onde pus o dinheiro.
Procurei-o no velho mercado.
Onde fui lá comprar pão sovado.
Procurei-o nos bancos da praia.
Por jardins onde a pista é raia.
Só faltou esse vasto oceano.
Ir buscá-lo em mares insanos.
Onde raio, meteu-se Immanuel!
Sobre mim esse sol e o céu.
Já perdido nas minhas idéias.
Sob estrelas e a panacéia.
E o velho sábio de Köngsberg.
Que mudou e alongou certo século.
Escondeu-se entre sóis e estrelas.
Deixando-me só, e matéria.
Diluiu o meu parvo pensar.
Sobre o tempo e a filosofia.
Não posso e devo insistir.
De achá-lo nem que seje na China!
E mais perto do que eu pensava.
Sob a mesa ao lado, na sala.
Sob um céu de concreto e laje.
No terceiro andar da miragem.
Posso-te em fim sobre as mãos.
Folheá-lo com toda emoção.
Sob o sol que ilumina e acalma.
Com meus olhos grudados na alma.