Contemporaneidade
Dos menores, prazer-mór,
das angústias, rima sabida de cor.
Como já bem disse Rilke:
Espaço invisível, habitado
por aqueles que não por euforia,
acham-se cercados por
inúmeras existências.
E mesmo estando si e si mesmo.
Mesmo blefando contigo mesmo.
Pois digo é o maior prazer
- solidão, ínfima arte de viver.
Como que no direito, das relações jurídicas,
a solidão acaba assim, bilateral-atributiva,
figurando o eu externo e volúvel como sujeito passivo,
e o mim, tão profundo, ativo.
Capacidade de direito são atribuições de mim.
Mas para exercê-las, ao eu é dada capacidade de fato.
O mim da relação solitária é agente expectativo
de rima que almeja exteriorizar.
Eu é agente capaz, exterioriza-se, deprime e comprime,
volta-se ao mim para poder sonhar.
É na solidão que povoam essências,
às vezes desencantos.
Mas é também na solidão,
das inúmeras existências,
que os prazeres são tantos...