Contemporaneidade

Dos menores, prazer-mór,

das angústias, rima sabida de cor.

Como já bem disse Rilke:

Espaço invisível, habitado

por aqueles que não por euforia,

acham-se cercados por

inúmeras existências.

E mesmo estando si e si mesmo.

Mesmo blefando contigo mesmo.

Pois digo é o maior prazer

- solidão, ínfima arte de viver.

Como que no direito, das relações jurídicas,

a solidão acaba assim, bilateral-atributiva,

figurando o eu externo e volúvel como sujeito passivo,

e o mim, tão profundo, ativo.

Capacidade de direito são atribuições de mim.

Mas para exercê-las, ao eu é dada capacidade de fato.

O mim da relação solitária é agente expectativo

de rima que almeja exteriorizar.

Eu é agente capaz, exterioriza-se, deprime e comprime,

volta-se ao mim para poder sonhar.

É na solidão que povoam essências,

às vezes desencantos.

Mas é também na solidão,

das inúmeras existências,

que os prazeres são tantos...

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 10/09/2008
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