Ode ao soneto
"O que há de querer o ser humano
senão ver em soneto a alma transportada?
O que há de pressentir como fundo plano
senão em soneto ver a alma descarada?
Como em baile de máscaras
mostra-se em poesia
a alma protegida,
feita pura em demasia,
hora então tão desmedida.
É ali, na fina flor do papel
que a face se faz pura,
hora dor, hora fel,
hora alegria ou amargura.
É por papel que o deleite faz-se usura,
paradoxo infiel.
É por soneto que o papel vira deleite,
vira encanto do começo ao fim.
É por soneto, quero o homem aceite,
ver estampada sua face assim..."