Escravidão do Amor

Numa analogia cósmica estelar

Júpiter e Vênus na órbita lunar

Próximos! Amalgamados! Unidos!

Iluminados transcendem luzes

Demolindo imperfeições tornam-se atados

No cenário imaginário ficam transmutados

Escravos do amor e da paixão incontrolada

Foram alçados e ungidos pela eternidade

Saciados e embriagados de suaves ternuras

Compartilham segredos e doces loucuras

Nos mergulhos de um lago fundo interminável

Onde se vê uma profundidade inimaginável

Penetrante, sedutora, envolvente, cativante

Que os alucina e ao mesmo tempo fascina

Pela delicadeza harmônica e sinfônica

Escritas no pentagrama de almas gêmeas

Em chamas sopram notas musicais nos tímpanos

Que beijam sensíveis os ouvidos embevecidos

Dos esguios pescoços estonteantes perfumes

No bailado mágico de lábios colados em beijos

Bocas ardentes e soltas matam desejos

Pelo enlace dos abraços e das línguas

Profetizam versos em belas prosas e poesias

Com os corações algemados e entrelaçados

Cintilam magias pelo ar como purpurinas

São dois belos exemplares escravos da arte

Noites, dias... Estão entregues um ao outro

Habitam na masmorra os seus corpos nativos

Ciganos ajoelhados, agradecidos e devotados

Despem-se do manto sagrado em cima do altar

E em oferendas se oferecem sem as vestes

Onde de suas preces exala o cheiro da pureza

No ato supremo intenso do gozo metafísico

São seres puros! Transparentes! Inocentes!

Que levitam aos céus suas orações poéticas

Mostrando ao mundo o poder real do amor

Composto com um gosto orquestrado e declamado

Antes mesmo de o universo indivisível ser criado.

Hildebrando Menezes

Nota: Rabiscos esboçados para um provável dueto sonhado

e se de fato for concretizado, ali adiante, será aqui mesmo substituído.

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 02/12/2008
Código do texto: T1314440