SANTOS, 8/8/2008.
SANTOS, 8/8/2008.
I
ACORDEI NO “PORTAL” DE UM OITO.
NUMA RARA MANHÃ OITO INSTANTES.
RARO MÊS NO INFINITO DE AGÔSTO.
E NO ANO DE DOIS MIL E OITO.
E CHOREI E REZEI UMA PRECE.
NUM MOMENTO DE UM DOCE ACALANTO.
MEU ESPÍRITO ETÉREO FLUTUA.
PELAS PRAIAS DA CHINA OU DE SANTOS.
II
E AQUELA PESSOA LEMBRAVA.
ESSE DIA E À HORA TÃO MÁGICA.
DESENHEI-ME NUM OITO E PAREI.
E ALTIVO, SENTIÁ-ME UM REI.
E EU ERA O LEÃO DA FLORESTA.
CAMINHAVA POR MARES OCEANOS.
SOBERANO, INSTIGANDO A VIDA.
E NA ALMA NUM CORPO SEM MIDAS.
III
SER SENHOR DO SEU PRÓPRIO MOMENTO.
E CANTAR O SEU BRILHO ELEMENTO.
ECOAR NESSE VASTO UNIVERSO.
SER UM OITO INFINITO E REVERSO.
E REINAR COM A ALMA E AS MÃOS.
NO BATUQUE DO SEU CORAÇÃO.
MUSICAR A CANÇÃO TÃO ETERNA.
MESMO TRISTE E AINDA SOBERBA.
IV
E OUSAR NESSE RARO MOMENTO.
ESCUTAR A BRANDURA DO VENTO.
E MUDAR COMO MUDA O DIA.
E A NOITE ORFEU DE ALEGRIA.
NOVO OLHAR PRA ENTENDER ESSA CHINA.
COM SEUS OLHOS RASGADOS, RETINA.
COM A IRIS FOCANDO O PLANETA.
NO PAPIRO UMA NOVA CANETA.
V
E A POESIA RENOVA O RUMO.
NA ABERTURA DOS JOGOS DO MUNDO.
QUE NOS TRÁS MUITAS CORES, OUSADIA.
QUE O SÁBIO CONFÚCIO PREVIA.
É O HOMEM, DOMÍNIO DA MÁQUINA.
NESSE DIA QUE É NOITE E É MÁGICA.
QUE PEQUIM TRAGA SEMPRE BONS ARES.
E QUE DOHA, MAIS CURE OS MALES.
VI
A MURALHA, PORCELANA E A SEDA.
TERRACOTAS, PEGADAS DE LUZ.
ESSE MÁGICO MOMENTO QUE EU VIVO.
ENTRE O NOVO E O VELHO TÃO RIJO.
ESSA BÚSSULA E O RELÓGIO DE SOL.
SOBRE A MÚSICA QUE A CÍTARA ECOA.
DINASTIAS QUE OS SÉCULOS CARREGAM.
QUE MOLDARAM O ROSTO E O ELAN.
VII
O SILÊNCIO DE TANTAS PESSOAS.
SOB UM CÉU DE LUAR E DE FOGOS.
QUE O NINHO DO PÁSSARO TRANSFORMA.
A EXPLÊNDIDA CIVILIZAÇÃO TÃO ANTIGA.
UM PRESENTE AO SÉCULO DE AGORA.
SOB O VÔO DA POMBA DA PAZ.
UMA PIPA VAGUEIA A ERMO.
PELA MÃO DA MENINA E O EXTREMO.
VIII
QUE OS JOGOS NOS TRAGA GRANDEZA.
ENTRE LUTAS MARCIAIS E DESTRESAS.
E NUM RITUAL TOME O CHÁ.
COM A MEDALHA OU O SIMPLES CRACHÁ.
NESSE OITO DO OITO DO OITO.
SOB UM LINDO LUAR DE AGÔSTO.
NO BRASIL OU NO FUSO DA CHINA.
SEJE AMENO O TEMPO E O CLIMA.