Céu de Carne

A ferida agoniza exasperada da emoção

Como uma flor sob um céu de primavera.

Com a mágoa a por no abismo o coração

Que chora de tristeza suas quimeras.

Sinto pulsar uma cor que não existe

Uma sombra que colore a esperança.

Fico sobrevivente que resiste

Com os olhos encharcados de lembranças.

Quando a morte suspirar querendo leito

Ansiando um descanso tão sem fim

Hei de naufragar num oceano tão estreito

Feito de luar, pele de ninfas e marfim.

Criarei sobrevivências que dizem ausência,

Tudo o que a língua não pondera.

E a mão de deus há de pedir clemência

Para morrer na caricia duma espera.

E a sombra de vidro dos sonhos mais puros

Será a chama de meus olhos tristes

Hei de suspender a treva dos futuros

E colocar sorrisos no céu que não existe.

Luis Felipe Saratt
Enviado por Luis Felipe Saratt em 02/01/2009
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