Apelo

Que Deus dê sempre palavras

que me façam vôos altos alçar;

Que no tilintar das fanfarras

possa eu, antes as letras cifrar.

Que o Deus de alegria e sutileza

ponha sempre poesia à mesa,

fazendo a rima nunca faltar.

Que Deus perdoe tanta fraqueza,

mas é o mal de minha franqueza,

que não posso negar!

Negar aos homens o imperdoável legado

da mais doce ilusão.

É um legado lírico e poético

de um grito profético:

insano, mas cristão.

Que Deus dê poesia em fartura,

de rima rica ou pobre,

rima sã ou de usura,

de rir ou até chorar.

Para que assim, feito brasa que inflama

a poesia devolva a casta humana

a vontade de sonhar...

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 23/01/2009
Código do texto: T1400925