Divisor de mágoas

Remas por mágoas profundas

O que te afunda em tua própria insensatez

Acaso ancorastes tua mentira

à pergunta que te ironiza?

Coração vazio de estio no mar flutuo

Quem dera que saudades ocas assim fossem

Ao estilhaçá-las liberaria sua ausência de formas

O que me conforma é o pesar de tanta insolidez

Nada ser diante do que é mundo, disso que é desfaçatez

Do lado de cá sou margem inquieta

A me olhar em travessia

Hoje sou o que fui feito de mim mesmo

Os dias passam a remo

E eu a ermo derivo contra maré

O mar é como a vida:

Vasto e nada significa

Para quem em sua superfície nada

Para quem esquecido no porto fica

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 21/04/2006
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