Às coisas

Às coisas grandes do mundo

eu envio meus sinais agora.

Receba-os com atenção, não são faceis,

nem tampouco verdadeiros, eu os quero assim,

simples, despojados,

como o amor, solidão, vazios de sentido.

Guarde-os no sotão e deixe-os lá por um bom tempo,

até que criem sentido de si mesmos.

A vida sempre vai ser assim, estranha à si,

mas em algum momento ela encontrá-se de frente para

o espelho.Reflete.Apagá-se.

Nobre, ela não tem medo, viaja em si e para se encontrar,

devagar, divagando sobre tudo que perdeu,

deixou, esqueceu, plantou, queimou...

À esses sentimentos que me tomam a noite

eu concedo espaço no meu coração,

mas não fiquem lá por muito tempo,

sejam breves, não deixem vestígios,

sumam da mesma forma como vieram,

rápidos como um amor de verão.