Pato Manco.

PATO MANCO.

Olhando esse lago imenso.

Que espelha a luz do congresso.

Reflexo de formas ousadas.

Imenso espelho de águas.

Que pariu os grilhões da maldade.

Exilando Oscar e seus pares.

Atrasando a febril caminhada.

Por Czares e generais de brigada.

Mais ali, Juscelino plantou.

Com cimento e a alma de aço.

Com tijolo, argila e amor.

Sem ligar para a fome e o cansaço

Com o Lúcio de “Costas” pro frio.

As mangas enroladas no braço.

Bandanas coloridas na cabeça.

Contra o tempo, até que amanheça.

Muitos anos passaram e ficou.

O reflexo no espelho do lago.

Foram-se alguns outros ficaram.

E grilhões que aos poucos cederam.

Generais que emudeceram.

Sob a força do grito do povo.

Sob o brado das Caras Pintadas.

Pois è nossa a rampa do novo.

Hoje olho no reflexo do lago.

O defeito no pè desse pato.

Que subiu minha rampa capenga.

E não sabe cantar sua lenda..

Sem bandana ele usa boné.

Toma vinho em vez de café.

Vai a Roma falar com o Papa.

E a igreja na roça desaba...

Há! Pato manco de muleta...

Onde é o teu lago no planeta!

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 16/03/2009
Reeditado em 29/06/2011
Código do texto: T1489583