Indigno fiel

Sinto uma dor inexata

Um suspiro suspenso

Na recordação esquecida

Um cosmo manchado de dor

Um silencio refém destas palavras

A própria tristeza lamenta

Seu estado de sentimento

É sua sina de voz

Sou testemunho das lágrimas

Esmolas da carne na carne

Para o sacrifício

Dos passos em meio aos espinhos

Onde tudo descansa

Feito de osso o sonho aguarda

A medula sem medo

Os nervos que fornecem pesadelos

Quando tudo é em vão

Uma formiga pesquisa meu pensamento

Joga sua sabedoria de luz

No lodo de meu esquecimento

Sinto a saga acabar

O sangue morrer ainda úmido

E quando o futuro me ferir

Esfregarei meu sonho

Na cara dos anjos

E minha sombra

No sexo dos deuses!

Luis Felipe Saratt
Enviado por Luis Felipe Saratt em 20/03/2009
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