A ira e a bandeirinha.

A IRA E A BANDEIRINHA.

...E a bola toca seu glúteo.

E bate lá no alambrado.

Palavrões inibe essa moça.

A mãe, osso na boca da massa.

Alguns passam-lhe à mão com os olhos

Pelo seu corpo delgado.

Ainda que em pensamentos,

Veja-a nua ao seu lado.

Bandeirinha, bandeirinha!

Quantos anos você tem?

Pra que time ela torce.

Será pro meu time também?

Queria ganhar um cartão.

Da cor verde dos seus olhos.

Dar-lhe o vermelho do meu coração.

No pênalti da minha emoção.

E na torcida da moça.

Do outro lado do seu.

Estão outras bandeiras.

Que seu destino teceu.

A motorista de táxi.

Ao lado da bailarina.

Sorrindo uma mecânica.

Do outro, duas botânicas.

O grito da faxineira.

Assusta a advogada.

Que ao lado de uma juíza.

Batuca seu rebolado.

E são mulheres distintas.

No auge de sua fórma.

E gritam sua vitória.

E cantam por sua glória.

E lá no centro da arena.

A bola teima em tocar.

O corpo dessa menina.

Que tenta a ordem romper.

Deixar o jovem que xinga.

Querendo sua atenção.

Pois mexe com sua alma.

Atinge seu coração.

Bandeirinha, bandeirinha!

Quantos anos você tem.

O verde desses seus olhos.

Combinam com este jardim.

E a bola tão colorida.

Sob este céu tão azul.

Por sobre lua e estrelas.

Pelo cruzeiro do sul.

Bandeirinha, minha ira!

Meu poema, minha tira...

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 23/03/2009
Reeditado em 29/06/2011
Código do texto: T1501833