VIRGINDADE AMOROSA

Teus olhos negros desencantam

Meus puros e intocados desejos,

Eles, agressivamente, desafetam

Coração nunca dantes enamorado.

Surram-me o íntimo envergonhado,

Açoitam-me a branda castidade;

Arrancam-me, sem dó, a virgindade

Ante o poder do supremo Pecado.

Olhar amaldiçoado que aprisiona

Um pobre e santo mártir

que já sofre suficientes punições;

Rogo-te piedade, jovem dona,

Peço-te da minha inocência não rir

E libertar-me de cruéis provações.

Tende piedade de mim, ó, Senhora...

(Tiago Curralo)

Tiago Curralo
Enviado por Tiago Curralo em 13/04/2009
Código do texto: T1537061
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