Fio de Veludo

No tear das realizações

De dois seres se amando

Explodem todas emoções

Em sentimentos fluindo...

No que há de mais profundo

Até nas catacumbas do mundo

Poema captado de um retrato

Deixou-me meio que alucinado

Produto complexo e abstrato

Parido do contato, de fato, no ato

Composto concreto e compacto

Em radiosas e melodiosas simetria

Quis logo fazer ali um pacto...

Tecido e ungido com maestria

No desenho opaco de um vidro

Trincado, partido, polido.

Pela vida e sua garimpagem

No sutil traçado do tablado

Ah! Foi a verdadeira viagem

Múltipla, plural, reduzida...

Abstraído de um grito distraído

Aquele retrato parecia miragem.

Onde os sonhos estão postados

Agora não quero outra imagem

Estou do início ao fim... Posicionado!

Oriundo da utopia direcionada

Corte cirúrgico no mamilo do seio

Meus lábios estão umedecidos

À procura de roçar certeiro no meio

Por onde escorre o leite e o sangue

Será ela receptiva ao meu galanteio?

Ou só verá a lama que sai do mangue

Na seiva que tanto fecunda em cheio

O verde, a vida, a natureza!

Fruto dessa insustentável leveza

Que me leva ao seu magnetismo

Na liturgia que celebra a pureza

Entre a fantasia e o cruel realismo

Cultuarei a mais sublime das certezas

Que caminhar vence qualquer fronteira

Há que se mergulhar com plena sutileza

Dissipando medos e tudo que é besteira

A nos ofertar o amor e a beleza...

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 17/04/2009
Reeditado em 24/07/2012
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