Sem perder.

'Sem perder o tom e a rima,

ainda que de vanguarda, todos fazemos,

ainda que sem explorar toda mina,

sem encontrar tod' ouro, nos detemos.

Nos buscamos à mercê do encontro.

Nos perdemos sem desprendermos um do outro.

Somos feras, quase vorazes.

Mas o grito poético é mais sutil

e os versos são verazes,

como andorinhas, voam a mil.

E tantas obras, opúsculo ingênuo,

tantos magnos, tantas estrofes,

pelo mais nobre apelo:

Sede um, sede vários,

porém bem mais que o simples homem mundano;

sede os mesmos, e não igualitários,

sede apenas ser humano!

e pela mina de dizeres bem amados,

somos poetas, todos iguais,

todos profundamente maculados

por palavras, quase ideais.'

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 24/04/2009
Reeditado em 24/04/2009
Código do texto: T1557865