O falso bigode de Santos Dumont.
O FALSO BIGODE DE SANTOS DUMONT.
Já lhe quebraram a aba.
Do seu tão raro chapéu
Seu belo busto resiste.
As intempéries do céu.
Supreso, triste de espanto.
O menino Daniel.
Vê naquele bigode.
A doida mão no pincel.
Um cenário tão bonito.
Que ele mesmo escreveu.
Voando como os pássaros.
Chegando perto de Deus.
porém a mão idiota.
Mancha o rosto do artista.
Borrando seu vasto bigode.
De um cinza negro sem vida.
Raspei a mancha biruta.
Da sua face tão meiga.
Pensei um pouco na França.
Em Santos rezo esperança.
Que esse rapaz e seus pares.
Não trombe com monumentos.
Que tenham Santos Dumont.
Como o sopro do vento.