A curva do rio

Nas curvas do rio Araguaia

Muitas histórias de botos encantados

Habitam as margens e os sonhos

De mulheres ribeirinhas, em doce magia

Nas curvas do rio Amazonas

Encontram-se o rio Negro e o Solimões

Águas lado a lado no contraste das cores

No mistério das grandes florestas

Nas curvas do rio São Francisco

Do vale do Jequitinhonha a Juazeiro

As carrancas retratam mitos e crenças

Do povo que deposita no velho chico suas esperanças.

Nas curvas do rio de nossas vidas

Nascentes são como capilares

Afluentes são como veias

Bacias são como artérias

Nas curvas do rio, etérea viagem

Navegando em nossa natureza interna

Ou nas corredeiras da natureza externa

Há sempre um sinal, um rito de passagem

AjAraújo, em 16 de agosto de 2009.