Sementes.

SEMENTES.

Às vezes è difícil entender.

O que descreve Camões.

O rastro da sua pena.

Percorrendo a imensidão.

Deixando sementes na alma.

Causando espanto, emoção.

E no quintal onde leio.

Sob as frutas e o sol.

Percebo que suas poesias.

Complexas, mais posso entender.

A trilha desses caminhos.

E isso me leva a voce.

Tirei laranjas do pè.

Juntei frutas, emoções.

Colei com seiva um nome.

Que bem juntinho ao meu.

Jogaram sementes ao vento.

E germinaram o léu.

E germinou o amor.

A sequoia, a flor.

Castanhas vindas do céu.

Uvas, acácias e tu.

Limão, cereja amora.

Aqui o rei ficou nu.

Sonhei que um dia provei.

Sementes de girassòis.

Nasceram dentro de mim.

Luas, planetas e sòis.

Daí então se entendeu

A pena, e a voz que se ergueu.

...Camões, meu velho Camões.

Nunca desdenhe de mim.

Vou le-lo entende-lo, prometo.

Ou chafurdar no jardim...

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 25/08/2009
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