Sementes.
SEMENTES.
Às vezes è difícil entender.
O que descreve Camões.
O rastro da sua pena.
Percorrendo a imensidão.
Deixando sementes na alma.
Causando espanto, emoção.
E no quintal onde leio.
Sob as frutas e o sol.
Percebo que suas poesias.
Complexas, mais posso entender.
A trilha desses caminhos.
E isso me leva a voce.
Tirei laranjas do pè.
Juntei frutas, emoções.
Colei com seiva um nome.
Que bem juntinho ao meu.
Jogaram sementes ao vento.
E germinaram o léu.
E germinou o amor.
A sequoia, a flor.
Castanhas vindas do céu.
Uvas, acácias e tu.
Limão, cereja amora.
Aqui o rei ficou nu.
Sonhei que um dia provei.
Sementes de girassòis.
Nasceram dentro de mim.
Luas, planetas e sòis.
Daí então se entendeu
A pena, e a voz que se ergueu.
...Camões, meu velho Camões.
Nunca desdenhe de mim.
Vou le-lo entende-lo, prometo.
Ou chafurdar no jardim...