O livro caído no chão.
O livro caido no chão.
Vocë jà roubou um livro!
E sorrateiramente o leu...
Pra ter asas e o céu.
E um esconderijo só seu?
Ou matou a esperança!
De uma doce criança?
Quanta coisa pra tirar.
Dessa seara alheia.
O brinco de uma orelha.
O pouco da velha carteira.
Um anel, jóia pulseira.
O caviar da pratileira.
E as pessoas o olhavam.
Pelo jantar raro e o vinho.
O sofisma em desalinho.
Aquela roupa de grife.
Seu manequim pouco exige.
Da silhueta enexequivel.
Com um ar de liberdade.
Esvaindo felicidade.
O seu curso retomou.
Sentou no banco da praça.
E meditou a trapaça.
Entre anéis de fumaça.
E nem um livro ousou.
Sequer o sebo notou.
E a livraria ao lado.
Um casarão bem antigo.
O homem lê o jornal.
E ele coça o umbigo.
Na sua frente porem.
Havia um livro caido.
Jà meio roto, roido.
Que lhe chamou atenção.
E se esgueirou tão formal
Em decúbito dorsal.
Sentiu certo arrepio.
Naquele gesto sem nexo.
De quem roubava o lixo.
Que aquele homen esqueceu.
Mais ao pega-lo nas mãos.
A clara luz ascendeu.
E leu, releu em devaneio...
Aquele mágico presente.
O norte claro do eu.
Sentià-se agora tão forte.
Parecia ser um cofre.
Onde o segredo era seu.
E nunca mais roubou nada.
A sua vida marcada.
Tornou-se o vôo do grou
E hoje escreve poesias
Tirando da fantazia.
A sua grande emoção.
Você já roubou um livro!