A ti reservado

Se quando em vida atrevida

Fostes sendo a bela que és

Tramitava no teu ser a beleza suprimida

Com gosto de orvalho a massagear teus pés

Levo comigo tua saudade pretérita

Tens lume não te queixes

Ao longo desta estrada

O corpo que te anda

Anda por onde o tudo

A ti presenteou o nada

Agora que falamos na mudez da compreensão

Tuas mãos em sigilo me entendem descansadas

Ante o que a ti foi dito

Entre o sim, o porém e o não

Logo é tão tarde que me assombro por saber

Que o dia que amanhece muito antes do tão cedo

Tem o brilho do sol quase — regozija — fizestes por merecer

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 20/06/2006
Reeditado em 10/01/2014
Código do texto: T178753
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