Página Vazia

Uma página vazia,

Meu olhos a contemplarem

O infinito que me diz

Do lugar inatingível,

Onde se une,

O tudo e o nada,

Coloco meu coração,

A flor de minha pele,

Legível por minhas mãos,

Para poder transmitir,

Partículas de meu ser.

Página vazia...

Vai se completando,

Ao simples toque de meus dedos,

Minha alma...

Viajando... Viajando.

Percebo o nada que sou

E o nada que se transforma

Em tudo, em razão de segundos,

O caminho inverso também se faz.

Página vazia...

Minha alma desejando

Ser fiel a meus sentimentos,

Lembrar das pessoas,

E de tudo à volta.

É tudo tão simples,

Um momento e tudo se vai,

Fugindo a uma ordem,

Que supunha natural.

Página não mais vazia...

Completa-se com meu eu

E a leitura do mundo,

Numa eterna convivência,

De sonhos e lamentos.

Choro aqueles que partem,

Celebro os que aqui estão

E para minha incompreensão,

A lágrima toca o sorriso.