Autorretrato

Eis o titã adormecido!

Mestiço que a noite mal vestiu.

A pele feito terra,

os músculos rochosos

e a carne escassa...

És tão pesado, titã audaz!

Nunca te inclinaste

perante o vendaval?

Bem sei, és

teu único inimigo.

E ali deitado,

onde o sonho traz-lhe a morte,

seu ar emudece os pássaros.

(Pois há no peito um tufão).

Dorme, titã lúgubre!

Vê o arrebol do amor onírico

enquanto a vida te devora.

Papito
Enviado por Papito em 16/10/2009
Reeditado em 16/10/2009
Código do texto: T1870153
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