Mistérios volúveis

Havia uma carta em meu bolso
Ela não me dizia nada
De sua boca saia sangue
De minha arma brotava feridas
De meu calcanhar ruminava o denso pasto inglês

De minha cólera saia o meu fogo e o meu destino
De minha razão de viver brotava o meu amor por você
De minha pele saia o ódio de minha Terra

De minhas assas eu imagina um novo mundo
Em que não mais teria que buscar por tijolos e tijolos
E não mais me mataria por tantas pequenas coisas vãs e fúteis
De minha casa sai a discórdia e o mal que tanto evitei
E assim mesmo eu fiz bonecas de pano para me proteger

Eu era a dor e o tormento
Eu era o Caos e a Desilusão
Eu sou a praga e a peste
E de minha memória ninguém queira se lembrar

Com quantas nuvens vocês fizeram esse prédio?
Com quantos pais e pais de profetas mortos foram embebidos de sangue puro?

Eu os espero na porta de meu templo
Com minha lança e minha espada
Com minha ia e meu furor
Com meu amor e meu torpor
Ate que você diga finalmente que me ama
E que se rende a mim, que sou teu Rei Eterno...
Rônaldy Lemos
Enviado por Rônaldy Lemos em 05/07/2006
Código do texto: T187783