Apenas observes...

Há dias em que só pensar, não adianta

Tem que se parar

e se deixar ficar

ao sol, ao vento, ao mar...

Os movimentos das marés

são lentos,

são frágeis,

e repentinos...

A corrente vai mansamente

Cortando por entre as rochas

As aves voam, pousam,

buscam algum alimento, sem pressa...

Os pescadores estendem a rede

E levam-na devagar para a praia

Sempre no mesmo ritual,

mesmo sem peixes...

Enquanto isso...

As pessoas escondem-se nas janelas dos apartamentos

E não divisam o mar, as garças, o pescador

E não voam - não vivem - são meros robots humanos.

AjAraújo, o poeta humanista.