Na dor

Fui moldada na dor,

meus pés errantes percorrendo trilhas sombrias,

mente perdida em espaços opacos,

angustia do desconhecimento

e como presa no limbo de uma preexistência,

emergi, com a firmeza da rocha e a solidão do deserto.

Meus olhos cerrados, um espaço vago obscuro,

como se eu fosse oca de tudo,

preenchida por um negrume sem forma,

vasto, vasto, infinito, incomensurável,

tenho a similaridade de um deus-deusa, em seu templo,

caverna interna, profunda onde o tempo não existe apenas a eternização.

Liace Garcia
Enviado por Liace Garcia em 08/07/2006
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