Na dor
Fui moldada na dor,
meus pés errantes percorrendo trilhas sombrias,
mente perdida em espaços opacos,
angustia do desconhecimento
e como presa no limbo de uma preexistência,
emergi, com a firmeza da rocha e a solidão do deserto.
Meus olhos cerrados, um espaço vago obscuro,
como se eu fosse oca de tudo,
preenchida por um negrume sem forma,
vasto, vasto, infinito, incomensurável,
tenho a similaridade de um deus-deusa, em seu templo,
caverna interna, profunda onde o tempo não existe apenas a eternização.