Dilema de decidir

Como uma pressão invade o peito estranhas

A flecha lancinante a perfurar tuas entranhas

Que se tiras abruptamente te faz sangrar

Que se deixas te faz envenenar

Decidir é como esculpir

Peça bruta a lapidar

Se tu temes o resultado

Ficas a adiar o buscado

Este sentimento ambivalente

Mistura razão e emoção

Se à coragem dá vazão

Ao medo dá armadura e chão

Ao vôo mais elevado

A expectativa te toca

Mas inda te agarras ao estrado

Ante a borboleta te foca

Escolher é como um relâmpago

Que rasga o firmamento no prenúncio da chuva

Mostra e clareia o abrigo

Mas se vem temporal não tens certeza

Mas se navegar é preciso

Decidir é necessário

Adiar pode ter um preço implacável

De um destino inexorável...

Afinal as circunstâncias

podem à tua revelia definir

em outras instâncias

quando insistes em resistir ao caminhar...

AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 16/11/2007.