ISCA DE LUZ.

ISCA DE LUZ.

Não uso minhoca.

Não cavo na terra.

Não aro a relva.

Que a tudo encerra.

Isca de luz.

O mar e a sina.

Enigmático anzol.

Sob o azul e o sol.

Procuro entender.

A mente do peixe.

A aura que envolve.

A linha e o feixe.

A cor da escama.

Mistério e trama.

Que mata a fome.

Do animal e do homem.

A carne macia.

Cheirosa, alicia.

Desova triplica.

Sucumbe na isca.

È truta é bagre.

Espada e sabre.

Sardinha manjuba.

Garoupa bojuda.

Tubarão de martelo.

Não teme cutelo.

E lá nos corais.

O polvo contrai.

São seres dos mares.

Dos lagos e rios.

São iscas de luzes.

Nos mares a fio.

Lá no Amazonas.

Nos seus afluentes.

A água é doce.

É terna, caliente.

O nome do peixe.

Só muda o curso.

Do sabor dessas águas.

E o bote do urso.

Que espreita o salmão.

Contra a corredeira.

Desova e morre.

E a vida devolve.

São seres dos mares.

Dos lagos e rios.

E iscas de luzes.

Esperam o cio!

Espera que o homem.

Sacie a fome.

Não mate as plantas.

Não suje os pântanos.

Veleje nos mares.

Com grandes navios.

Porem não despeje.

Seu lixo no rio!

Não abra a compota.

De lastro tão podre.

Não suje oceanos.

De raros açudes.

Não mate a fauna.

Com falsa atitude.

Não traia seu filho.

Com a plebe tão rude.

Não cavo a terra.

Não uso minhoca.

Caniço graveto.

Que o peixe desloca.

Não deixo o legado.

Que ao mal nos conduz.

A isca que levo.

É isca de luz!

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 21/11/2009
Código do texto: T1936101