A ética e a retórica.

A ÉTICA E A RETÓRICA.

Dono de uma fala profética.

Em traje mentiroso e de ética.

Discursa no plenário dialético.

Com sua acanalhada retórica.

Obeso, de alma maquiada.

Cabelos coloridos pela farsa.

Usa um lugar que é sagrado.

Burla com o voto meu legado.

Assalta, escorraça seu povo.

Cospe no grande prato do Senado.

Pança cheia, grávido perpétuo.

Urina pelas brechas do tablado.

Ao idiota poder tão sublime.

Legisla em prol desse crime.

Cospe no pão tão suado.

Defeca no pinico proletário.

Subfaturando toda idéia.

Faz do meu país panacéia.

Quase não chora esse homem.

Mata a esperança com a fome.

Posa com filhos e a matriaca.

Posta a calhorda identidade.

Pisa como anda o diabo.

Come o pão sovado do coitado.

Cara de bola, corpo encharcado.

Erva daninha de tantos quintais.

Sobe escadas do púlpito alheio.

Com bugigangas, brindes irreais.

Fala de ética num tom caipira.

Brada o eco sem meio e fim.

Usa a retórica de chulo bandido.

onde ele cospe não nasce capim.

Vão-se os dedos ficam anéis.

De caravanas e tais coronéis.

Não subirão ao pé da colina.

Ladram e rosnam a ira canina.

Ficam as matas, os lagos e rios.

Mares salgados de lágrimas e tal.

Quantas mães por ti não choraram.

Nesses Brasis e tão Portugais.

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 15/12/2009
Reeditado em 28/09/2014
Código do texto: T1978924
Classificação de conteúdo: seguro