DESPEDIR-ME

sei que me vou Às sombras

ao acaso dos dias

recolher-me À penumbra do mármore

reduzir-me a um epitáfio de lápide...

tola tentativa esta:

transformar uma vida

em uma frase de efeito

que eternize na lembrança alheia

o ideal de vida

devorado do homem pela terra

furtado do coração palo tempo

este feroz dilacerador de sonhos

mas sei que vou!!!

consola-me ainda não ter ido

e se num derradeiro suspiro

vazar do corpo o fÔlego

desdenho do tempo com gélido olhar

sem retratação desço ao pó

volto a poeira cósmica

--pó de estrlas

eterno enquanto universo houver

minuscúlo grão

tão só,e tão parte do todo

qual areia da praia

que uma onda trouxe

e outra onda levou...

sei que apenas vou !!!