A NEGRITUDE DO MEU AVÔ.

-NASCI NA ABISSINIA...

-SOU ABISSINEIRA!

NEM BAIANA NEM MINEIRA, DIZIA MINHA VÓ...

-SOU ABISSINEIRA, AÍ Ó!

SOAVA ESTRANHO AQUELE DITO...

AQUELE MOTE, E A CANÇÃO.

DE AVÔ ITALIANO...

BISAVÔ ALEMÃO!

ERA NEGRA DE PELE.

NA TEXTURA AMERINDIA.

E POR AÍ OS MULATOS.

DO VENTRE DAQUELA INDIA.

LEMBRO A COR DA TIA CARMEM.

ME TIO ARMANDO ERA BRONSE.

LEMBRAVA ATOR TÃO FAMOSO.

COGNOME JEFF CHANDLER.

LUCA CAVALLI SFORSA.

NA PENA DE DRAUZIO VARELLA.

ORIENTA AS CABEÇAS.

E ORDENA AS PEÇAS.

DOS ANCESTRAIS EUROPEUS.

NEGROS HÁ SÉCULOS ATRAZ.

GENÉTICA PALEONTOLÓGICA.

QUE INDENTIDADE NOS TRAS.

CHEGADOS AO NORTE DA EUROPA.

NÔMADES, CAÇADORES, PESCADORES.

GASTRONOMIA ANIMAL.

A FONTE MAIS NATURAL.

A VITAMINA ERA “D”.

E CALCIO TÃO IMPORTANTE.

UM ESQUELETO TÃO FORTE.

NA SUA VIDA ERRANTE.

NOS SEIS MIL ANOS RECENTES.

FIXADOS NA AGRICULTURA.

CRAVOU O HOMEM NA TERRA.

E ESTOCOU NUTRIENTES.

DIETA VEGETARIANA.

MUDANÇA TÃO RADICAL.

E DIVIDIU-SE ENTRE A CAÇA.

E O PRAZER VEGETAL.

SUPRIR A NOVA MUDANÇA.

TROCANDO A COR GRADATIVA.

OS RAIOS ULTRAVIOLETAS.

NA SUA PELE JÁ BRANCA.

O FRIO, A TEZ DO SEU CORPO.

EXPOSTOS, AS MÃOS E O ROSTO.

NO NORTE DAQUELA EUROPA.

RÁIOS SOLARES ANÊMICOS.

TÃO POUCA, A MELANINA.

DIFERE O EUROPEU DO AZIÁTICO.

DO GENE RECEM DESCOBERTO.

E DOS ALELOS PRESENTES.

NA FORÇA DESSAS CABEÇAS.

FAZ-ME ENTENDER ESSA VÓ.

ABISSINEIRA NO TEMPO.

JÁ NÃO ME SINTO TÃO SÓ.

A NEGRITUDE ALEMÃ.

OS OLHOS DA MINHA IRMÃ.

E O SORRISO DA FILHA.

COLOCANDO-ME NA TRILHA.

PRA CONHECER A ABISSINIA.

E TAMBEM SER ABISSINEIRO.

DE PARTITURA ITÁLICA.

OUVIR BEETHOVEN NA ÁFRICA.

POESIA ELABORADA SOBRE O TEXTO DO DR DRAUSIO VARELLA, “A NEGRITUDE DOS EUROPEUS” NO JORNAL “A TRIBUNA DE SANTOS”, EM 7 DE FEVEREIRO DE 2009, SOBRE A HIPÓTESE DE LUCA CAVALLI-SFORSA E EXPOSTA NA POESIA. LUCA CAVALLI SFORSA É CONSIDERADO UM DOS MAIÓRES GENICISTA DO

SÉCULO XX.