ANTI-NIILISMO

Perdoa se o que sinto é insano

E escolta essa agonia noutros planos

Percorrendo os mais íntimos segredos

Pelo corredor de um novo sol

Um tempo estancado em espelhos

Futuros consumados assaltos, desejos.

Perdoa se o que penso é ingrato

Desmotivado pela clausura do sistema

Se me ocupo no anti-niilismo de

um novo poema

E ainda teimo por problemas comuns;

Sem concluir um passo, e também sem voltar atrás.

Sem transformar e sem me importar demais

E ser apenas o que acho.

Perdoa se amo, acanho e converto em sarcasmo

Os tempos nunca são os mesmos

Ainda se sente igualmente surpresos

Os temas de revolução, documentários...

Perdoa se sofro pelos animais solitários

E ao homem meu belo mérito de desprezo!

Perdoa se lustro, espirro e depois esqueço

Não mexo um dedo pra aliviar o espírito

Por isso sangro, me perco

E me contento em não encontrar um risco

De suavidade vento, doloroso e falso abrigo;

E assim sigo perdoado, calmo, inexpressivo.

S7

Shauara David
Enviado por Shauara David em 16/03/2010
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