(imagem google)

O Poeta Sentado No Banco Da Praça

O poeta sentado no banco da praça,não se incomoda com a tóxica fumaça que acinzenta sua velha carcaça;

O poeta sentado no banco da praça observa perplexo a correria que mata, a entupir qualquer artéria de nossos peitos antes sãos;

O poeta sentado no banco da praça observa as aves que passam,disputando com os pedintes migalhas,migalhas de pão temperadas com atenção;

O poeta sentado no banco da praça, olha as moças puras ou devassas, misto de ingenuidade com baixo calão;

O poeta sentado no banco da praça, não se comove com a hora que passa, no balbucio coeso e de pressa escassa de sua mais singular inspiração;

O poeta sentado no banco da praça,simbologia mais fiel da abstração, não sabe ele que o poeta que passa,tece em versos sua contemplação;

O poeta sentado no banco da praça, contemplamento da sua contemplação,mesmo com a feia fumaça que embaça e a pressa que antecipa nossa putrefação.

O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 17/04/2010
Reeditado em 12/02/2011
Código do texto: T2202691
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