a novena

a toalha deitada

o guardanapo sorrindo

o pano-de-chão desdentado

o tapete exigindo

que todos tirassem os sapatos

nesse contexto sobrenatural,

que tal soluçarmos

antes de provarmos o café?

haveria espaço

para uma pergunta indiscreta?

por que as crianças não vieram?

a vassoura atrás da porta

admitiu que ficara ali

por um tempo mais que suficiente

bastaria simplesmente

que todos tirassem suas roupas

pra começar a novena

que pena

a chuva esquecera da gente...

Rio, 23/04/2010

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 03/05/2010
Código do texto: T2235119
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.