Chuva que cai...

Quase me dá nostalgia

Este cenário molhado

Uma garoa tão fria

Respinga lá no telhado

Vejo as ruas em correria

Homens encharcados

Apressados durante o dia

Como estivessem assustados

E pinga a água bendita

Vazando constante do céu

Deixa-me um tanto aflita

Enquanto escorre ao léu

Quando cai demais e é muita

É aquele enorme escarcéu

Preocupa-me vê-la resoluta

O que vai ser do povaréu?

No entanto há beleza

Uma quase poesia

Talvez na própria incerteza

Que a chuva principia

Aí reside a sua sutileza

Por trazer tanta magia

A nutrir a plantação na certeza

Que vai brotar o fruto que sacia

Meu coração pulsa forte

Em suave sintonia

Parece que tenho sorte

Ao ouvir tal melodia

Combate certo à morte

Ou pelo menos a adia

É fartura de bom porte

A alimentar barrigas vazias

Toc, toc, gotejando

Em cadência sem parar

A chuva vai me lavando

Enquanto fico a cismar

Já estou me abrigando

Para quando ela chegar

Guarda chuva esperando

Que evitará me molhar

Dueto: Priscila de Loureiro Coelho e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 05/05/2010
Código do texto: T2238508