UROBOROS 
 
 
eles não reconheciam
os caminhos escuros
poucos haviam entrado
na eterna assimetria
 
fingiam num blefe
o reconhecimento
do próprio fogo nos becos
que se misturava
aos metais
 
dói,
o brilho das lâminas
arrebentando madeiras
até a infiltração das
colunas de ramos e flores
no recair da essência...
das fontes
 
poucos poetas sabiam
que ao provocar um aterro
surgiriam novas lágrimas
 
- no sal da Terra -
a abertura do espírito
depende do contato ilustre
com o rubro,
o controle das chamas
se dá nas orações...
na luz fecunda
de lótus
finalizando os metais
 
num fogo que
consome tudo,
ao abrir e fechar
todas as coisas
.
.
.
 
no fechar e abrir
todas as coisas
é o  fogo que
consome tudo 

 
 
Rosangela_Aliberti
Atibaia, 28 de maio de 2010.