TENHO UMA FOLHA EM BRANCO

Tenho uma folha em branco

foge-me da ideia o poema

meus ideais de quebranto

o testemunho e o teorema.

Não sei todavia o que escrever

se o que penso se o que sinto

talvez descrever

o que é em mim e somente minto.

A minha pluma flui inerente a tudo

se não houver aqui o que dizer

mais vale o poema mudo

que tem sempre muito por onde se ler.

E a inspiração está arredia

não consigo contornar este problema

transformo as noites em dia

sem fazer uso de grande esquema.

E assim nasceu mais um verso

chove em mim nos meus pensamentos

de tudo o que lhes mostro é o reverso

de todos os remédios e unguentos.

A folha alva vou preenchendo

com uma poesia de gritos

só fico aqui temendo

criar quaisquer atritos.

E assim nasceu mais um poema

que antes de o ser já o era

na minha alma lânguida o dilema

de tudo o que lá aprouvera.

Jorge Humberto

10/06/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 11/06/2010
Código do texto: T2313552
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