ECOS DE METÁFORA POÉTICA

Walterbrios

Queria ouvir a voz do verbo, minha utopia silenciosa,

Não queria ver no meu amor as alegorias do passado.

Passando a limpo as folias do agora, eu bebo a poesia

Inevitável de minha essência, que grita e chora

Querendo entender a linguagem do mistério.

É preciso atravessar ao oceano do meu eu?

Afronta-me mar cristalino? Teu oceano sou eu mesmo.

Quem me deu esta força lúdica esse medo lúbrico,

Esta fantasia extasiante, essa consciência espectral?

Queria ultrapassar meus temores e ardores de alcova,

Essas tempestades de tristezas temporâneas,

Esses pecados que descubro em mim inocente,

Não quero gozar de uma liberdade indecente.

Preso do meu eu essa multidão de juiz à esmo.

Não quero tudo que imagino porque sou menino,

Sou árvore que sol a pino envelhece, mas dá sombra.

Imagino os sonhos vergando meus ombros,

Dando frutos e as sementes de uma nova era,

Assim eu penso na natureza desfragmentada

E salva do meu próprio armagedom,

Minha Fênix renascida dos meus sentimentos puros.

Sim eu queria ouvir a voz do verbo no meu silêncio,

Antes que a alegoria, fantasia, utopia, minha agonia

Destroce-me e eu seja só uma metáfora de poesia.

SSABA 11/6/2010

Walter BRios
Enviado por Walter BRios em 12/06/2010
Código do texto: T2316340
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