QUANDO O SOL EXPLODE EM MATIZES

Quando o sol explode em matizes

No meu pensamento

Suaviza-se a dor no contentamento

Azuis desenham um céu longínquo

Num mar além de mim.

Tantas são as emoções que me condenam

E me denunciam ao mundo

Todos os pecados e todas as virtudes

Reúnem-se em sustenidos e bemóis

Para criar em mim a eterna dissonância.

Como compor aquela canção que fale

Tão somente do meu desejo que

Vagaroso pulsa no hálito do vento

Trazendo-me frêmitos de estações

E fragilidades de folhas outonais?

Navego leve sem baliza ou leme

O amor e a poesia são velas da alma

Na calmaria desafiando as miragens

Essas que aliciam fome e sede

No longo silêncio da liberdade.

© Jean-Pierre Barakat, 05.09.2006

Jean Pierre Barakat
Enviado por Jean Pierre Barakat em 06/09/2006
Código do texto: T234305