Tempo que voa...

E não via o entardecer

Os raios do pôr do sol

Custaram a aparecer

Aqui no humilde paiol

No horizonte a explodir

Rara beleza a se expandir

Pois de tão perto... Flutuavas

Como viesses a ressurgir

Que de mim já estavas

Conseguia ver as horas

Antes que fosses embora

Que em teu fino pulso

Fazia-me perder agora

Entre impulsos ostentavas

Tarde demais para disfarçar

O desejo de te abraçar

Tanto precisado de carinho

Que te estava a observar

E tu ali bem pertinho

Já bem ao meu lado

Reclamando baixinho e calada

Debruçado sobre mim

De forma decidida, mas delicada.

Ouvia teu respirar jasmim

Mexia nas mexas de meu cabelo

Apertaste os meus finos dedos

Na tua mão macia e delgada

Apressado tomou-me nos braços

E foi derrubando o pincel

Que na minha tela te pintava.

Ao teu lado, o tempo voou

Tudo tão mágico e enigmático

Pura eletricidade emblemática

Eu tua, a minha alma nua...

Flutuando pelas ruas

E juntos permanecemos assim

Corpos e de mãos encaixadas

Desde o princípio meio e fim

Nossas almas entrelaçadas...

Até bater as doze badaladas da Lua

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 06/07/2010
Reeditado em 11/02/2013
Código do texto: T2360910
Classificação de conteúdo: seguro