Sinfonia a quatro mãos

Silencioso dia a me cingir em seus teares,

que tramam fios, coloridos e invisíveis;

Enquanto dos plátanos as folhas de inverno

caem e se arrastam ao sabor do vento frio.

De que inspiração foste tecida diva dos altares?

Nessa revolução recaída de profunda desolação.

Hei de reerguer-te com a força de mil alteres;

Pois intempéries jamais contê-la conseguirão.

Com sempre-vivas adornei meus alabastros.

Quando te foste, levaste contigo meu coração.

Os beijos da chuva não demoraram a chegar,

E a transmigrarem-se em novas emoções.

Vejo flutuar a leveza dos teus sentimentos.

Não suporto vê-la triste irmanada á solidão.

Perceba minhas lágrimas em comum união.

Páginas mudas pela ausência da expressão.

Crepita o fogo, esquento a água e bebo o vinho.

Aqueço a alma, olho as espigas, esqueço a mágoa.

O piano emudeceu, em seu canto ficou sozinho.

Tudo arde e não tarda de se revirar o mundo.

Quando quer a centelha se busca pela paixão.

A música está entoada nas células da tua pele.

Amar é uma viagem num caminho indecifrável,

sinto fome de tua boca, e estou sedenta de teu amor.

O cheiro do crepúsculo traz com ele uma saudade.

Haveremos de desvendar tão ardiloso mistério;

Com o diapasão sonoro do frigir dos nossos lábios.

No melódico encontro eterno das nossas almas.

Dueto: Arlete Brasil Deretti Fernandes e Hildebrando Menezes

Assista ao poema em vídeo:

Sinfonia a quatro mãos – Edição de Enise

http://www.youtube.com/watch?v=_u6XpjWirDY

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 09/07/2010
Reeditado em 07/08/2010
Código do texto: T2367716