COR – AÇÃO

Vejas meu coração.
Não o iniciante
Errante como tudo que principia.
Nem o apressado da juventude
Que vacilou transitando
Entre o tudo e o nada.
Não o coração imaturo
Que pecou por sede e fome demais
À seiva da vida.
Tampouco o que teimou à entrega
Que muito desejou e qual nada fez.

Ouças meu coração de agora
No instante que é já.
Reconhece-lhe o antigo compasso,
Antepassado que antecipa e explica
O batimento deste instante.
Percebes sua nova harmonia
Querendo um dueto, como melodia?
Escutes no ritmo de suas batidas
A canção de amor
Feita contigo no pensamento.

Toques meu coração
Sintas que é real o que digo
Amor: o abstrato mais concreto que existe.
Repleto de sintomas
Vive às próprias causas e conseqüências.
Tocando, vendo, ouvindo, percebendo...
O outro coração jamais se engana.

Eis o que falta nas relações humanas:
entrega aos sentidos.
Quando há percepção entrelaçada em dois corações
O amor se multiplica.
No resultado, o amadurecimento:
da confiança
da compreensão
da parceria
da afinidade
da troca
do afeto
da fidelidade
da verdade
do amor por excelência...

Quisera que ouvisses, tocasses, visses
Percebesses meu coração
Entendendo de uma só vez
Que perdão caminha de mãos dadas com liberdade
Rumo ao encontro de um Novo Tempo.

“Não é na forma de como duas almas se encontram, mas como se separam, que reconhecemos seu grau de afinidade”.

Assim é para Nitsche, assim é para humanidade 
mesmo antes de ter consciência da reencarnação.
Márcia Beatriz Prema
Enviado por Márcia Beatriz Prema em 11/09/2006
Reeditado em 11/09/2006
Código do texto: T237551
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