se EU não fosse

Se EU não fosse o que EU SOU,

EU não vivenciaria

A cena que hoje vivenciei. O Sol ia se pôr

Quando dois pássaros se aproximaram de mim com angelical alegria.

EU estava na Nascente Fadadisíaca

Abastecendo os meus cantis

E refrescando o meu corpo que suava.

Os dois pássaros chegaram plenos em ardis,

E de forma tranquila e natural me imitaram,

Saxiaram a sede

E também se refrescaram.

EU ali, perplexo! Compartilhando daquele alado deleite.

Se EU não fosse oque EU SOU,

EU não teria agora estes dois seres como aliados.

Na mesma fonte cada um se saciou.

É dourada, preta e branca, a plumagem dos meus novos amigos alados.

Ficamos amigos tão íntimos e conectados

Que cantei um hino de agradecimento.

Por eles, de novo fui imitado,

E logo trinaram uma melodia de harmônico sentimento.

Foi incrível!

Apreciei o sabor de algumas amoras bem vermelhas,

E num imitar indescritível,

Eles voaram e num galho foram apreciar o exótico fruto da amoreira.

A única coisa que podia ali fazer

Era agradecer e se alegrar,

Procurando intimamente compreender

Que aquela cena ali, a me extasiar,

Só estava acontecendo

Porque EU SOU o que SOU.

Se EU não fosse o que EU SOU, não estaria tendo

A ansiada oportunidade de saber para onde vou...

Vou nas asas angelicais,

Num voo extasiante

Rumo às moradas celestiais,

Onde a luz brilha mais do que o diamante.

Os anjos são seres muito benfazejos,

Tal como estes dois pássaros amigos,

Que numa recíproca harmonia, trinaram belos solfejos,

Comungando as energias do paraíso, naquela nascente, juntos comigo.

Tão feliz EU não seria

Se EU não fosse o que EU SOU.

Por viver com tanta alegria,

EU devo apenas agradecer ao Criador.

Se EU não fosse o Ser

Que EU SOU nesta brilhante vida,

Como tanta coisa poderia compreender?

Por isto agradeço a Divina Essência, à mim concebida.

Há! O que seria de mim

Se EU não fosse o caminhante

Que SOU? Com certeza já teria tido um trágico fim

A minha caminhada nesta trilha alucinante.

Se EU não fosse livre

Como um pássaro,

Seria um ser lúgubre.

Tendo liberdade posso até voar nas asas de Ícaro,

Mas como as asas de Ícaro são de cera,

EU tenho a liberdade

De escolher e não alçar este voo de suma besteira.

Alço sim! Um voo rumo à Suprema Felicidade

Que há pulsante em meu âmago.

Para este brilhante Reino, consciente EU vou.

Como EU poderia dizer: EU me amo!

Se EU não fosse o que EU SOU?