DESPEDIDA ANTECIPADA

Não me deixaram nascer...

Não respirei o verso que lavra,

não escutei o som dessa rima

nem escrevi o dialeto da fala.

-Calada-

A palma da mão não foi pintada,

no papel não ecoou o som da lágrima,

não desnudei o meu re[verso],

não degluti a dose exata.

-Sedada-

Debruçada em epílogos in[certos]

examino a ideia central,

meu contexto não traz texto reto,

meu domínio não é o foco real.

-Fatal-

Morrem as minhas palavras...

Da poesia miopata o que restou?

Mítico ponto refletido

ou misto de agonia e amor?

-Clamor-

Há estrofe naquela linha...

É a ode que reprime o agora,

o fonema de muletas caminha,

é o adeus que chegou...

-Dormirei agora-

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 07/10/2010
Código do texto: T2543890
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