(Foto Hudecttek)

Soneto Do Viver

Colcha de retalhos que aqui ali insiste em nos perseguir, momentos intensos, fervorosos ou ensaiados, instantes mesclados com o verbo sentir;

Pisar no chão talhado com as incertezas a nos inquirir, gostares maior legado, saudades do que ficou entranhado, amores nos devolvendo um sorrir;

Desafetos caminho suado, amizades o maior elixir, recordar um beijo roubado, e o pueril sonhar do advir, aprender com os atos errôneos que não cansam de nos instruir;

Sofrimento substantivo adestrado não avisa quando irá partir, felicidades despistam qualquer fardo, e se partem nos remetem ao rangir, esperança pretexto inventado para o fim de renovar árduo agir;

O alvorecer com a melodia dos pássaros, cheiro de terra enamorada com o chover, botões de rosa com seus pequenos talos, maresia é o transpirar dos mares, urge tão só o respirar para crer;

Andorinhas flâmulas sem lares, ventos assobiando nos vales, rios com pressa com o avante correr, cheiro de café nos lares, ao longe um gargalhar nos bares, e as formigas carregando o nutrir sem ares de quaisquer vis incômodos, sem o gemer;

O poeta provocando os inspirares, divaga acerca de simplesmente se ser, e as letras acompanhando seus pulsares, em conluio resolvem a vida cozer.

O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 01/11/2010
Reeditado em 11/02/2011
Código do texto: T2590036
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