Sisnege

Rugem as bestas-feras

das Novas Eras.

Anunciam as trevas

Das gentes, pencas e levas

a caminho do Armagedon,

profetizado por quem tem o dom

de ver o negro Futuro

envolto pelo Sol escuro

e pintado no sudário impuro.

Fim do pós-pangéia

da confusa geléia

fervida por Circe e Silvia Réia.

Inicio do Hades obscuro

e do terror intra-muro.

Começo doutro círculo dantesco,

da catástrofe prevista pela Unesco

e da 3ª Guerra do tedesco.

Tempo de novos Minotauros,

de Faunos e Centauros

anunciando os novos Dinossauros.

Tempo de Shiva destruidor,

de Kali e do sangue vingador

que haverá de seduzir

a última Parca a urdir

os fios dos viventes sem dentes.

Século do anti-herói,

do murro que dói,

do aço que se corrói

e da ira que nada constrói.

Homem! O que fazes?

Por que só a Morte trazes?

Se teu foi o Paraíso

onde esquecestes o Juízo?

Prometeu maldito!

Por que lhes deu o Fogo e o Rito?

Quem, doravante, calará seu grito?

Maldita Afrodite!

Por que os fez procriar

e como a Peste se espalhar?

Vejam deuses:

demos o que de melhor havia

e tudo arruinaram.

A tudo arrasaram.

E festejam como Dionísio,

copulam como Narciso

e esperam Nova Esperança.

Vá Pandora!

É chegada a hora.

Renove suas Esperanças

que não tardarão suas novas matanças.

Em breve acabarão

como o que julgavamos

o ápice da Criação.

Ouçamos seu alarido

e vejamos seu Gênesis invertido...